Educação ideológica
Para compreendermos o que é educação ideológica temos que, primeiramente, saber os significados das palavras: educação e ideologia. No dicionário da língua portuguesa educação significa: ato ou processo de educar (se), qualquer estágio desse processo, aplicação de métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano (pedagogia, didática e ensino). Conhecimento e desenvolvimento resultantes desse processo: preparo. Desenvolvimento metódico de uma faculdade, de um sentido, de um órgão. Conhecimento e observação dos costumes da vida social, civilidade, delicadeza, polidez e cortesia. Então, educação é um ato de aprendizagem formal e informal, que acontece de maneira didática e espontânea levando o indivíduo a uma percepção de memória e dos sentidos como: do paladar e do intestino. Etimologicamente, educação vem do latim educatonis que é "ação de criar, de nutrir, cultura ou cultivo" de algo que traduz delicadeza ou sapiência. Para o professor Paulo Freire (1983) "a educação é o fator mais importante para se alcançar à felicidade". Já para a professora Bárbara Freitas (1986) educação é uma filosofia de vida, uma concepção de sociedade concreta, que se dá através de instituições específicas como: família, comunidade, mídia e escola, que são as porta vozes de uma nova pedagogia pós-moderna. Se a educação é uma filosofia de vida para se alcançar à felicidade em todas as instituições, onde se desenvolve o lado físico, intelectual e afetivo, através de uma pedagogia criadora de cultura e conhecimento didático; logo, podemos afirmar, que educação é a própria conduta de vida moral e ética, tendo como concepção a formação plena do homem e da mulher. O conceito ideologia vem do francês ideologie (1796) que são estudos das idéias, que mais tarde se tornou o conjunto de idéias trazidas com a realidade, Atualmente é doutrina que inspira ou parece inspirar um governo ou um partido. Filosoficamente é a ciência que estuda a origem das idéias humanas e as percepções sensoriais do mundo externo. Esse conceito nasceu com o filosofo francês Destutt de Tracy no século XVIII. Ideologia é um conjunto de idéias e de representações, que certos grupos impõem como uma verdade acabada e universal. Uma dicotomia entre a forma de pensar e atual, trazendo uma concepção negativa da própria ideologia. Para os marxistas são os conjuntos de idéias presentes nos âmbitos: teórico, cultural e institucional das sociedades ou crenças, tradições, princípios e mitos, existente em um grupo social que defendem os seus próprios interesses: religiosos, políticos ou econômicos. Partindo desse ponto de vista é que pretendemos desenvolver e debater sobre a questão da educação ideológica e os seus pilares de sustentação como: família, escola, igreja, mídia, clubes e qualquer outro lugar onde o Estado consegue através dos seus aparelhos reprodutores ideológicos repassar a sua ideologia, que hoje assombra a educação brasileira com modelos educacionais que visam o repasse da ideologia da classe dominante através das escolas e os seus projetos pedagógicos, verdadeiros comprimidos educacionais alienadores, pois o conhecimento elaborado hoje é ideologia e a filosofia educacional das escolas também é ideologia. O simples uso do livro didático é uma alienação ideológica, pois as grandes maiorias desses livros não condizem com a realidade do aluno e da aluna e, principalmente, com a realidade da região onde ele está sendo desenvolvido. O marxista italiano Antonio Gramsci (1944) diz que "a dominação ideológica é igual à subordinação intelectual" ou seja, que tem o domínio da ideologia, tem o domínio sobre a educação e todas as instituições ligadas a ela direta ou indiretamente. Não iremos falar aqui nesse estudo dos governos neoliberais ou progressistas e nem de partidos de direita ou de esquerda, iremos falar sobre educação ideológica, pois é isso que mantém um sistema de governo seja ele conservador ou progressista no poder. A educação ideológica é usada pelo Estado para manter o poder de Estado, e isso, é uma premissa de qualquer tipo de governo em qualquer parte do mundo. Vivemos num mundo globalizado onde o fosso que separa as classes sociais está cada vez mais fundo e a suas diferenças acentuadas de maneira que a luta que já era histórica tornou-se também desumana. Na busca por uma educação livre da ideologia das classes dominantes deparamos com a tentativa de divulgação da ideologia das classes oprimidas, essa luta histórica e antagônica no âmbito filosófico e político é ao mesmo tempo alienadora, pois busca o domínio do Estado através de uma educação ideológica. Não queremos condenar essa ou aquela ideologia, nem defender uma educação livre de qualquer ideologia, queremos é buscar uma escola transformadora, na qual, haja uma pedagogia neutra, que terá em sua filosofia a busca por uma ideologia elaborada pelos alunos e alunas, e professores e professoras, livres do domínio do Estado ou de qualquer outro tipo de domínio. A educação é o passaporte para um mundo novo, para um homem e uma mulher novos autônomos e acima de tudo humanista/dialéticos. Esperamos contribuir para o debate sobre o momento histórico em que vive a educação, contribuindo de maneira neutra e livre dos dogmas ideológicos, que encontramos na educação hoje. Contribuindo para a formação do ser através do conviver e do conhecer, fazendo desse movimento à maneira de fazer o pensar reflexivo objetivo e subjetivo do individuo na sua formação inicial, a fim de torná-la capaz de transformar e construir tudo a sua volta. Buscar uma escola transformadora, humanista e criativa é o grande desafio da educação brasileira nesse inicio de século XXI.
JUSTIFICA Desde a Revolução francesa com o surgimento da classe burguesa e proletariado, explodiu nos seios dessas classes uma luta pelo poder de Estado. Essa luta de caráter ideológico, teve na educação um pilar para o seu desenvolvimento e propagação dos seus ideais de classe, também para a busca por um ideal de vida sem sofrimento e igualitário. A classe menos favorecida buscara uma educação que propiciasse para o seu meio, uma melhora na oportunidade para si e para os seus filhos, tendo uma crítica à educação dominante e o seu projeto ideológico e de alienação política. O conceito educacional dos conservadores e dos marxistas hoje, generaliza o sujeito que atua e o que conhece, a um formato de sujeito ativo na construção da vida social que acham correta para os seus interesses. Falam em democracia, mas silenciam o povo o que é uma farsa, dão ao povo comprimidos pedagógicos como solução imediata e apaziguadora do sofrimento do saber. Comprimidos de conhecimentos ideológicos partidários. Todo o sistema educacional se justifica, através de uma base de argumentações, que oscilam entre uso da educação, como fator importante para a correção do sistema socioeconômico e cultural, e outro, que defende a educação como papel principal para a transformação do modelo de sociedade em que vivemos. A educação não está doente, porque nunca houve um sistema educacional verdadeiro proposto pelos governos, por isso, não precisa de remédios, precisa sim de uma proposta que una a educação: familiar, social, global e intelectual. A educação neoliberal, mesmo sendo moderna, não tem força para esconder as diferenças de classes e seus interesses antagônicos históricos. A educação progressista de cunho ideológico marxista é a incompetência dos governos de esquerda, pois é fanática e remota a um pensamento marxista-stalinista ou, até mesmo, a uma utopia cubana cheia de clichês e de controvérsias, já que busca a conquista do poder, manipulação das massas populares e uma inversão cultural. "O socialismo realista", conforme o professor Paulo Freire, nunca foi socialista, pois é desfacelada e tem como excelência intelectual um conhecer sem compreender e, especialmente, sem sentimento e paixão. Na escola, se percebem a divulgação e reprodução de uma ideologia que domina o conjunto de idéias, concepção e conhecimento sobre um ponto de discussão. Podemos ter duas visões para o mesmo assunto e, também, dois posicionamentos ideológicos: um liberal (neoliberal) outro marxista, que acarretara uma ação efetiva no sentido de organização ideológica da escola. Há também a ideologia da igualdade de oportunidade escolar: tratamento, gratuidade, obrigatoriedade, neutralidade, religiosidade, currículos e de métodos, igualdade de competição escolar. A ideologia nas escolas, divide o sistema único em duas redes: uma inferior e outra superior, instruindo e selecionando em duas versões: uma técnica e outra superior. A escola como instituição para reproduzir o domínio de classe vigente de poder de Estado ou do equilíbrio social, já que ela possui as ferramentas para o desenvolvimento da ideologia da classe de poder de Estado, pois ela tem as funções instrutivas e as educativas. O conceito de ideologia que professora Marilena Chauí dá para ideologia, é que ela "é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações de idéias e valores e de normas ou regras de conduta, que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer". Portanto, para a professora a ideologia é uma regra, uma norma, que tem a função de explicar a divisão de classes na sociedade e suas diferenças culturais e econômicas, não mostrando a verdadeira divisão da sociedade que é na diferença de produção de riqueza econômica. A ideologia educacional vem com a obrigação, nesse caso, de ocultar essa divisão, formando um corpo de sentimento único e coeso, que tem a função de apoiar a estrutura atual, não permitindo a mudança ou até mesmo um princípio de mudança que venha tirar a ordem social do momento. O Estado sempre manteve a sociedade sobre os domínios dos aparelhos repressivos, tais como: administração, polícia, exército, tribunais, que constituem os aparelhos repressivos de Estado, esses aparelhos estão ligados a um sentido de violência, o Estado se impõe através da violência que, às vezes, chega até a ser física. O pensador marxista italiano Antonio Gramsci afirmara que o Estado não possui só aparelho repressivo, existem também as instituições da sociedade civil, que formam os aparelhos ideológicos do Estado. Essas instituições, em sua maioria, são instituições privadas como: os sindicatos, as escolas, as igrejas, as famílias. São esses aparelhos que funcionam através da ideologia, por isso, não precisam ser públicos e nem privados. Os aparelhos ideológicos do Estado são múltiplos, distintos e com uma certa autonomia, oferecem um campo vasto de contradições ora ampla, ora limitada, para as lutas de classes. Nesses aparelhos, o Estado exerce o seu poder através da ideologia, diferente dos aparelhos repressivos, em que ele; (o Estado) exerce o seu poder pela força física. No início da década de setenta, o filósofo francês Louis Althusser afirmou que a escola é um aparelho ideológico do Estado, causando com isso um verdadeiro furor entre os intelectuais da época. Alguns professores acordaram para a questão de serem peças num tabuleiro de jogo ideológico. Os problemas educacionais estão no conceito de que a escola reproduz desigualdade social, na medida em que contribui para a reprodução da ideologia das classes dominantes e mesmo para a reprodução das próprias classes sociais. A dominação de classe se dá em primeiro momento no econômico, é a luta histórica, que expressa na política, na luta ideológica e na hegemonia. O Estado usa os aparelhos ideológicos e reprodutores de ideologia, para manter a dominação sobre a classe menos favorecida. São concepções de mundo e crenças sedimentadas historicamente. Para Bourdieu e Passerou, "a escola é, de certa forma, uma maneira de perpetuar as relações de força de uma sociedade classista". A arma de uma escola é a sua ideologia; um sistema de verdade universal. Antonio Gramsci dizia que era preciso distinguir os conceitos de ideologia orgânica da ideologia arbitrária, pois são diferenciadas no seu contexto histórico, já que a orgânica serve para organizar as forças sociais e para os homens e mulheres tomarem consciência de sua posição de luta. Para Gramsci, a ideologia é, no primeiro momento, o cimento do alicerce da estrutura social. Na ideologia arbitrária, o pensamento ideológico é imposto de maneira alienada, com um domínio pelo poder de Estado do repasse e divulgação da doutrina. A maneira de pensar e agir ou na ação e reflexão, é uma dicotomia que separa a sociedade no âmbito escolar. Uma parcela da sociedade se dedica ao trabalho intelectual e outra ao trabalho técnico, a uma divisão do trabalho. Uma classe pensa e manda; outra classe não pensa, logo, só obedece. A leitura de mundo, na pedagogia transformadora é a liberdade, o papel importante na vontade de ação na transformação social, mas como alcançar essa liberdade pressa a uma ideologia. As ideologias não são estáticas, permanentes, elas funcionam de maneira hegemônica e se reformulam a todo o momento, sem perder a sua essência principal. A um confronto nesse processo, entre os intelectuais tradicionais, os orgânicos e a práxis da sociedade. O Estado cria uma escola pobre de cultura, tendo como fins a profissionalização e a busca por empregos para as classes menos favorecidas. Com isso, o ensino superior fica restrito cada vez mais à elite que controla a ideologia e o poder de Estado. Antonio Gramsci utiliza o termo ideologia como referencia a hegemonia de classe, que se impõem com o significado de ação sutil, de tal modo, que as ações de uma sociedade venha contribuir para justificar a situação atual. A escola como aparelho ideológico do Estado, vem a serviço da dominação de uma classe sobre a outra, através de um processo de hegemonia ideológica, mediante a uma conscientização alienante. Perpetuando uma relação de produção e distribuição social do poder de Estado. Qualquer filosofia ou qualquer modelo de sociedade democrática necessita ser consciente de que a ideologias é algo, que precisa ser conhecida. É também importante saber, que cada ideologia tem sua liturgia, sua técnica e suas tácticas de persuasão. Antonio Gramsci utiliza o termo Hegemonia Ideológica, para se referi a ideologia que se impõem de maneira significativa, e que, possibilite uma ação de maneira sutil, de tal modo, que inclusão de formas de organização e de atuação de uma sociedade, em que contribuam a manter a situação de injustiça, seja a ser percebida como inevitáveis, naturais, sem possibilidade de modificação. A dominação de uma classe sobre a outra se dar, através da produção eficácia de uma hegemonia ideológica, mediante a criação de uma consciência e de um consentimento espontâneo dos membros da classe social submetida ao poder de Estado. Para Gramsci, existem três momentos de em que a hegemonia ideológica é usada na escola como fator de contribuição para o controle do Estado: primeiro é econômico, com a exposição da pratica econômica pelos intelectuais orgânicos, que representa a classe social do poder. Segundo, a política e sua totalidade de classe, apoiada na economia, que vem a dar a sustentação para a terceira e ultimo momento, a supremacia política, econômica e moral, que a classe do poder de Estado usa para determinar a relação entre a produção do conhecimento e distribuição desse conhecimento. A escola é a ponte entre a sociedade civil e o Estado, entre o consenso e a força política. A escola assumi o papel de dominante na luta de classe e representa a maior força política e ideológica do Estado. A ideologia se constrói e transmite em situações concretas no espaço e tempo específicos, mediante a uma pratica pedagógica determinada pelo Estado. Em toda sociedade de classe ou de grupos sociais, que possui o poder e impõem de forma a legitimar o seu domínio, a sua produção e a sua organização, usam o discurso e a escola para propagar a sua ideologia. As instituições escolares, denominadas de Aparelho Ideológico do Estado, por Louis Althausser, funcionam como aparelho de reprodução e alienação ideológico da classe dominante do poder de Estado. As instituições escolares são, os principais meios de controle do Estado na sociedade, sem uso da violência repressora. "E hoje em dia, como é que se diz eu te amo. E hoje em dia, vamos fazer um filme". Legião Urbana. Qual o modelo de educação certa para o povo? Ou melhor, qual o projeto educacional que trará a verdadeira liberdade as classes oprimidas? O que estamos vendo hoje é uma busca não pela verdadeira pedagogia da transformação e da cidadania, mas sim, por uma pedagogia dos comprimidos, que propõe uma carapuça ideológica no problema educacional brasileiro. A escola é um aparelho ideológico do Estado, e por isso, repassa em programas educacionais, ideologias para as classes menos favorecidas ou oprimidas. É uma violência simbólica que proíbe os homens e mulheres de serem. É a violência ideológica que explora e mantém um "stato quo" na sociedade. A luta de classes sempre existiu e é histórica, e essa busca pela liberdade também é histórica e dolorosa, pois há um medo de um novo, do homem e da mulher, que irão nascer com a liberdade, autênticos e humanistas, com uma nova leitura de mundo. O professor Paulo Freire (1983) nos diz que – "esta pedagogia não pode ser elaborada nem praticada pelos opressores", os opressores citados são os que dirigem os poderes do Estado. Quando uma classe assumi o poder e passa a desenvolver uma educação ideológica, ela passa de oprimida a opressora, pois não desenvolve uma pedagogia livre da superestrutura, ao contrário, torna os alienadores da, já alienada, sociedade dos oprimidos. Todos os projetos pedagógicos que são desenvolvidos no Brasil são cercados de uma propaganda massificada, que tem como fundo uma conscientização de alienação coletiva com dosagens de mudanças apenas de ideologia, formando um sistema educacional mediado por um conjunto incoerente de unidades múltiplas de elementos reunidos sob um único princípio: a ideologia. O ensino público, hoje no Brasil, ensina a submissão dos alunos e alunas, com uma prática ideológica alienante. A concepção de projeto educacional progressista está centrada em definições acabadas, em que o dialogo é apenas mera verbalização alienante e na qual não se pode denunciar a falta da democracia educacional. É um ativismo que nega a práxis pedagógica verdadeira, reduz a reflexão ao conjunto já pré-determinado pelos intelectuais orgânicos do sistema educacional vigente. Há no fundo, uma dicotomia entre a palavra liberdade e o seu sentido etimológico e o significado para os educadores da pedagogia dos comprimidos. Pois o diálogo esgota na relação "eu-tu", e os caminhos são impostos ao mundo existencial e fazem do diálogo um depósito de idéias, pois o sujeito da ação é o Estado "dono da verdade" e do "saber". O grande problema educacional, hoje no Brasil, é que os projetos pedagógicos são feitos por pessoas que não têm compromisso com a cultura em si própria: livre e neutra, mas com a cultura ideológica; infectada pelas doenças da ignorância, imoralidade e classista partidária. Todos os projetos educacionais brasileiros trazem consigo uma ligação com o governo. "Tudo pelo povo, mas nem tudo para o povo" Boungarrtner. Acham que o povo não sabe escolher o modelo de educação que quer, pois quem controla o Estado é que tem condições de decidir, fazem verdadeiros projetos ideológicos que nos empurram como um comprimido educacional de passividade, como se fosse um remédio para a doença educacional do país. Os sistemas educacionais formulam projetos que priorizam conhecimento acabado em detrimento de um aprendizado dialético, não concebendo a educação como um todo na busca por uma educação cidadã. Em Belém, podemos ver projetos dados como verdadeiras obras primas da pedagogia moderna, serem desfeitos por completo ou parcialmente, depois da troca de governo municipal. Projetos como a Escola Bosque, desenvolvido durante o governo do Prefeito Hélio Gueiros, do PFL, na época. Um projeto dado como excelência no desenvolvimento da Educação Ambiental, ser totalmente desfeito no governo do Prefeito Edimilson Rodrigues do PT. Acharam desde desvio de verba na construção, passando por problemas estruturais, metodologia ultrapassada usada na escola e até problemas administrativo-democráticos para acabarem com o projeto original e refazerem com outra metodologia, ou melhor, com outra ideologia. A pedagogia dos comprimidos, que hoje se assiste no Brasil é a prova da doença ideológica que os nossos governantes estão sofrendo. E essa doença é repassada para as massas populares de forma violenta: às vezes simbólica, às vezes repressiva. Ela é simbólica quando acontece através das ideologias do Estado, que domina os aparelhos ideológicos como: escola, uma parte considerada da igreja, os meios de comunicação e o MEC. É repressiva quando o Estado usa a polícia e todos os aparatos de segurança para impor suas idéias e manter a "ordem". Historicamente, tanto os governos conservadores como progressistas usam os aparelhos quando sentem ameaçados pelos movimentos da sociedade organizada. Mas é na escola, que acontece o encontro entre a educação e as violências simbólica e repressiva. A escola, nesse momento, torna-se um teatro de discussão ideológica, como se fosse um grande palco que exibe uma peça de teatro, em que os atores são: educadores e educandos, uns fingindo que ensinam e outros fingindo que aprendem. Na platéia, a sociedade fingindo (ou sendo induzida) que acreditam no sistema e o Estado como o grande produtor da obra, financiando a custo baixo uma educação classista, ideológica, arcaica, deformadora de consciência. ALTHUSSER, Louis. Aparelho Ideológico de Estado (AIE); tradução de Walter Jose Evangelista e Maria Laura Viveiros de castro; 1� edição; Rio de Janeiro: ed. Graal, 1983. ANDER-EGG, Ezequiel. El Taller: Una alternativa de Renovación Pedagógica; 3� edição; Madri; Ed. Rialp; 1997. COOL, César S. Aprendizagem escolar y construcción Del conecimiento. 4� edição; Barcelona; Ed. Pai do educador; 1997. CONNELL, R.W; ASLENDEN, D. J; KESSLER, S. e DOWSETT, G. W; tradução: Ruy Dias Pereira. 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JOSE OSWALDO MONTE DOS SANTOS LEITE
DIRETOR DO COLEGIO LEONARDO DA VINCI
ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO.
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