Determinante da satisfação dos clientes com os serviços do laborat�rio de solos da Embrapa Meio-Norte/UEP De Parna�ba
- MATERIAL E MET�DOS
Historicamente, a an�lise de solo, provavelmente, começou quando o homem interessou-se por saber como as plantas crescem. Pode-se dizer que foi Justus von Liebig, fundador da qu�mica agr�cola, o primeiro a fazer a an�lise de solo e recomendar o uso de fertilizantes artificiais (Furtado, 2002). Desde aquela �poca at� o in�cio dos anos 1920, pouco progresso foi feito, ainda que Dyer, Hilgard e Burd tenham dado significativas contribuições para a qu�mica de solo. Entretanto, entre os anos de 1929 e 1934, importantes contribuições foram feitas por Bray, Herster, Morgan, Spurway, Truog. Desde então, a an�lise de solo tem sido largamente aceita como fator essencial � formulações de programas de adubação e calagem (Melsted e Peck, 1973, citado por Boaretto et al., 1988).
A an�lise qu�mica do solo � o instrumento b�sico para a transferência de informações sobre calagem e adubação, da pesquisa para o agricultor. � poss�vel, por meio de uma an�lise de solo bem feita, avaliar o grau de deficiência de nutrientes e determinar as quantidades a serem aplicadas nas adubações (Raij et al., 1985, citado por Silva, 1999).
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria, EMBRAPA, ao longo desses anos, vem desenvolvendo e adaptando tecnologias, onde esse processo de inovação tecnol�gica � de grande importância para que o pa�s cresça e se desenvolva, produzindo mais alimentos (�vila, 2004). Segundo Silva (1990), o progresso tecnol�gico na agricultura apresenta algumas particularidades, as quais estão associadas a fatores determinantes da produtividade do trabalho na agricultura, sendo estes: a) fatores naturais, como tipo de solo, topografia clima etc.; b) fatores fabricados, como m�quinas, equipamentos e meios de produção em geral.
A Embrapa Meio-Norte/UEP de Parna�ba vem proporcionando soluções para o desenvolvimento sustent�vel do agroneg�cio visando o benef�cio da sociedade da mesorregião do Baixo Parna�ba. Essa unidade desenvolve atividades de pesquisa e desenvolvimento nas �reas de bovinocultura de leite, fruticultura irrigada, aq�icultura e recursos naturais, al�m de serviços de produção de mudas e an�lise de solo e �gua para fins de irrigação (Souza, 2003). No caso de an�lise de solo, a Empresa possui um Laborat�rio de Fertilidade de Solos, que presta serviço aos agricultores, t�cnicos e pesquisadores dos estados do Piau� e Maranhão. O Laborat�rio de Solos � participante do Programa de Controle dos Laborat�rios de Fertilidade do Solo, PAQLF, onde conseguiu, pelo o n�vel de precisão das suas an�lises, o uso do selo de qualidade. Em 2003, foram atendidos 101 clientes e realizadas 1180 an�lises.
Entretanto, a Embrapa Meio-Norte ressente-se da ausência de informações sobre o n�vel de satisfação desses usu�rios. Verifica-se uma constante preocupação dos clientes quanto � necessidade e qualidade dos serviços prestados pelo Laborat�rio de Solos.
Com o mundo globalizado e competitivo, as empresas não podem medir esforços para atender as exigências imposta pela sociedade (Silva Filho, 1991), que vem exigindo cada vez mais melhorias na qualidade em tudo que se consome. Fica claro que se esgotou o tempo para egocentrismos e prepotência empresariais. O poder agora est� nas mãos do cliente atrav�s do seu direito de escolha. Se uma empresa não procurar conhecer seu cliente, para atender suas necessidades e expectativas, certamente haver� uma outra na esquina ao lado que o far� (Miguel, 2002). Cobra (2001) ressalta tal importância enfatizando que esse cen�rio exige das empresas, principalmente de serviços, acompanhar a evolução tecnol�gica e o novo perfil dos clientes para assim conhecê-los e atendê-los em suas necessidades, desejos e fantasias.
Segundo Rosa Neto (1995), as instituições de pesquisa governamentais precisam estar atentas para as necessidades do seu mercado alvo, que, no caso especifico, � a sociedade, que � quem as sustenta, haja vista que sua sobrevivência depende da sua capacidade de satisfazer esta mesma sociedade efetivamente. Ouvir o cliente � a melhor forma para se obter os dados necess�rios para o desenvolvimento de estrat�gias em serviços, objetivando melhorias na qualidade da prestação desse serviço.
O objetivo desse trabalho foi avaliar o grau de satisfação e a importância do laborat�rio de solos da Embrapa Meio segundo a percepção dos seus clientes.
O m�todo de pesquisa utilizado nesse trabalho foi quantitativo, em que são utilizados question�rios pr�-elaborados que admitem respostas alternativas e cujos resultados são apresentados de modo num�rico, permitindo uma avaliação quantitativa dos dados (Moreira et al., 1996, citado por Dantas, 2001). A pesquisa quantitativa � apropriada para medir tanto opiniões, atitudes e preferências como comportamentos (Mattar, 2001). Ela tamb�m � usada para medir um mercado, estimar o potencial ou volume de um neg�cio e para medir o tamanho e a importância de segmentos de mercado (Ethos,2004). A coleta de dados foi realizada de forma aleat�ria, com os produtores e t�cnicos, clientes do Laborat�rio de Qu�mica e Fertilidade de Solo da Embrapa Meio-Norte/UEP-Parna�ba. Foram aplicados 40 question�rios atrav�s de carta, telefone e visitas. Foram visitados os munic�pios Parna�ba, Luiz Correia, Ilha Grande e Cajueiro da Praia, no estado do Piau�, e Brejo, Santa Quit�ria, São Bernardo e Magalhães de Almeida, no estado do Maranhão. Os dados obtidos nesta pesquisa foram tabulados e analisados. 3.1. Perfil dos clientes entrevistados O perfil dos clientes do Laborat�rio de Solos da Embrapa em Parna�ba est� apresentado na forma de porcentagem nas figuras 1, 2, 3, 4 e 5. Atrav�s dos resultados obtidos, observa-se que a grande maioria dos entrevistados possu�a idade entre 36 e 50 anos (60%) e 80% residia na cidade, apesar de 80% serem propriet�rios do im�vel rural, com experiência de mais de 8 anos na atividade agr�cola (82,5%). Quanto ao grau de instrução 47,5% dos entrevistados possu�am n�vel superior, 42,5% o n�vel m�dio e 10% o n�vel fundamental. O que explica a expressiva taxa de residência na cidade.
Figura 1 – Idade dos entrevistados
Figura 2 – Grau de instrução dos entrevistados
Figura 3 – Residência dos entrevistados
Figura 4 – Posse do im�vel rural
Figura 5 – Tempo dos entrevistados na atividade agr�cola 3.2. N�vel de conhecimento sobre a t�cnica de coleta e a importância de an�lise de solos Nas figuras 6 e 7 foi descrito o grau de conhecimento sobre a t�cnica de coleta e a importância de an�lise de solos. O estudo revelou que 85% dos entrevistados conheciam a t�cnica de coleta de solos e 65 % afirmaram que faziam a an�lise desde quando começaram explorar a atividade agr�cola. Esse elevado percentual estaria relacionado com grau de instrução dos entrevistados, 90% deles possu�am entre o n�vel m�dio e superior, constitu�dos, na grande maioria, agrônomos e t�cnicos agr�colas.
Figura 6 – Realização freq�ente de an�lise de solo
Figura 7 – N�vel de conhecimento da t�cnica de coleta de solo 3.3. N�vel de conhecimento sobre o Laborat�rio de Solos da Embrapa/Uep de Parna�ba Na figura 8 foi descrito o n�vel de conhecimento sobre o Laborat�rio de Solos Embrapa/Uep de Parna�ba. A investigação revelou que 51,22% dos entrevistados afirmaram que conheciam o laborat�rio de solos atrav�s de conversa com amigos e 29,27% atrav�s de dias de campo e 19,51% atrav�s da m�dia (jornal e televisão). Isso � explicado pela expressiva quantidade de dias de campo que são realizados anualmente. Onde são reunidos grupos de produtores, t�cnicos e estudantes na �rea experimental da Embrapa ou de produtores selecionados, para demonstração de uma nova t�cnica ou pr�tica agropecu�ria.
Figura 8 – Como os entrevistados tomaram conhecimento do Laborat�rio de Solos da Embrapa/UEP de Parna�ba 3.4. N�vel de importância dos clientes em relação aos serviços do Laborat�rio de Solos Embrapa em de Parna�ba Nas figuras 9, 10, 11, 12 e 13 estão descritos os resultados do grau de reconhecimento dos clientes em relação aos serviços do Laborat�rio de Solos da Embrapa/Uep de Parna�ba. Apesar de 52,% dos entrevistados terem utilizado os serviços de outros laborat�rios (UFPI e UEMA), 97,5% deles consideram o Laborat�rio de Solos importante ou muito importante para desenvolvimento da região, pois todos os consultados (100%) acreditam nos benef�cios das an�lises de solos. Quando �s recomendações de adubação, 52,5% j� realizaram essas pr�ticas de foram emp�rica. Sendo, que ap�s utilizarem as recomendações indicadas a partir dos resultadas das an�lises, 39,47% afirmaram que ocorreu aumento na produtividade, 32,9% acreditam que melhorou a qualidade dos produtos e 22,37 revelaram que houve redução nos custos com adubação e calagem.
Figura 9 – N�vel de importância do Laborat�rio de Solos da para a região
Figura 10 – Entrevistados que fizeram uso de outros laborat�rios de solos
Figura 11 – Benef�cios da an�lise de solos para atividade agr�cola
Figura 12 – N�vel de entrevistados que faziam adubação e calagem aleatoriamente
Figura 13 – Benef�cios ap�s o uso das recomendações t�cnicas de adubação feitas a partir das an�lise de solo 3.5. Grau de satisfação dos clientes Nas figuras 14, 15 e 16 estão revelados os graus de satisfação em relação ao Laborat�rio de Solos da Embrapa em Parna�ba. Mesmo proclamando (97,5%) que indicariam os serviços do Laborat�rio de Solos, os entrevistados (62,50%) consideraram o atendimento entre o bom e �timo, entretanto, 37,50% relataram que era regular ou que precisaria melhorar. Vale salientar que 97,5% dos clientes demonstraram-se satisfeitos com Laborat�rio de Solos da Embrapa em Parna�ba.
Figura 14 – Satisfação dos clientes quanto ao atendimento do Laborat�rio de Solos da Embrapa/Uep de Parna�ba
Figura 15 – Porcentagem dos entrevistados que indicaria o Laborat�rio de Solos da Embrapa em Parna�ba para outros usu�rios
Figura 16 – Grau de satisfação dos usu�rios em relação ao Laborat�rio de Solos da Embrapa/Uep de Parna�ba
Os resultados do trabalho mostram a importância do Laborat�rio de Solos da Embrapa/UEP de Parna�ba para região do Baixo Parna�ba, entretanto, � necess�rio estabelecer um plano marketing para melhoria do atendimento, visto que 37,50% acharam o atendimento regular e que era necess�rio melhorar.
5 . Referências Bibliogr�ficas
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lucelene[arroba]cpamn.embrapa.br
Rosany Correia
Professora UESPI/Campus-Parna�ba
Francisco Jos� de Seixas Santos
Pesquisador da Embrapa Meio-Norte
Maria Eugenia Ribeiro Jornalista Embrapa Meio-Norte
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