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Políticas Preventivas de saúde através do Teatro em Palmas (TO)

Enviado por Paulo Milhomens


Partes: 1, 2

  1. Resumo
  2. Os desafios de uma jornada
  3. Processo criativo e ensaios
  4. Conclusão
  5. Bibliografia
Paulo Milhomens 1

Resumo

Objetivamos discutir as Artes Cênicas por meio das políticas de prevenção, DST/HIV e Aids. Socializar a experiência de um grupo teatral que ainda trabalha no Tocantins com um espetáculo temático sobre saúde pública preventiva. Acreditando que a arte possua sua função de educar e intervir quando necessário no trabalho junto às comunidades específicas com a informação e prevenção. O teatro como objeto de estudo, apresentado aqui, está imbuído de uma função auxiliar no combate às doenças sexualmente transmissíveis na cidade de Palmas, entremeada por uma análise histórica da arte preventiva em saúde em seu contexto atual.

PALAVRAS-CHAVE: DST/HIV – saúde – saúde preventiva – teatro – cultura – história da arte.

"A doença é uma fonte de energia. A doença não é uma fonte de energia, fonte de energia é o enfrentamento da doença. Fernando me reprime e não quer ouvir o que digo. Digo AIDS, e não digo doença, digo SOU AIDÉTICO, e não digo. Estou doente ou pelo menos que se viva a doença com intensidade". (Jean-Claude Bernadet)

No final da década de 1980, com a discussão global que se iniciara em todo o mundo sobre os direitos sexuais (livre orientação afetiva, avanços sociais para o gênero feminino, aborto etc.), o Brasil passa a fermentar um movimento em prol da luta contra a Aids que toma corpo tanto nas esferas governamentais quanto em setores da sociedade civil. Com seu vertiginoso crescimento, novas formas de contenção e conscientização, sobretudo nos países subdesenvolvidos, passam a fortalecer a causa. Assim, com a abertura democrática (1985), surgiram os primeiros grupos de intervenção artística focados na luta preventiva anti-Aids. Esse movimento começa em São Paulo, entre 1986-87, seguidamente espalhando-se por todo o país, mas concentrando uma maior atuação nas regiões Sul e Sudeste. No início da década de 1990, com a perda de artistas conhecidos do grande público (como Cazuza, Freddie Mercury, Rock Hudson, Lauro Corona, entre outros) pela síndrome, o trabalho de luta contra a Aids passa a ter repercussão internacional.

Historicamente, o Brasil é o primeiro país a incentivar diretamente a arte neste sentido. Atualmente, é o que mais têm investido nesta forma de ação. Exportando programas governamentais semelhantes para a África (Angola e Moçambique) com auxílio do governo brasileiro. Quanto aos movimentos sociais, para compreendermos melhor suas origens no Brasil, é preciso voltar à década de 1960.

Com o golpe civil-militar em 1964, a repressão sistemática das formas de contestação política e organização sindical fez com que a vida associativa se deslocasse para as comunidades e aos seus interesses localizados. Por não ser encarado como desafio para o regime, o trabalho comunitário escapou aos controles e assim conseguiu expandir-se. Após quase trinta anos de regime militar, o renascimento da vida pública no país foi uma árdua conquista. A luta pela redemocratização mobilizou amplos segmentos e instituições da sociedade civil, entre os quais a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI)2.

A volta ao Estado de Direito3 foi marcada por um despertar da sociedade brasileira para as grandes questões nacionais. Enquanto muitos movimentos sociais das décadas de 1970 e 1980 não dispunham de apoio financeiro, as Organizações Não-Governamentais (Ongs) dos anos de 1990 vão encontrar na cooperação internacional o veículo adequado para financiar o apoio à luta pela cidadania. Relação que os organismos internacionais não podiam estabelecer com os movimentos sociais que, obviamente, não tinham enfoque empresarial.

Analisemos, também, as crises capitais históricas.[1]4 A ciência da economia moderna, como é sabido, surgiu das contradições sociais ocasionadas pelo abismo social capitalista contemporâneo. No comércio mundial, as mercadorias desfraldam seu valor universalmente, e sua forma autônoma de valor se apresenta diante daquele como moeda mundial. O dinheiro funciona plenamente como mercadoria, cuja forma natural é simultaneamente trabalho abstrato: o concreto se transforma em uma diversificada forma de organização trabalhista. O universo das redes globais[2]5, auto-estradas da informação digital, excesso de riqueza, excesso de exclusão cultural e econômica. A concretização marxista do bem-estar social mínimo. Não apenas para o estômago, mas também para as mentes.

Partes: 1, 2
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